E a gente vai simplesmente pensar a música que a gente quer ouvir e já vai conectar e vai estar dentro do cérebro. Melhor definição! Eu vejo o futuro da música mais ou menos como ele está porque ele já está num… Fora da área digital eu não consigo ver. A tecnologia é democrática, né.
É interessante. Isso chega para várias pessoas ao mesmo tempo. Com uma qualidade igual para todo mundo. Por mais que a gente tenha essa enxurrada de streamings e ao mesmo tempo uma galera voltando com os LPs, enfim. As gerações se cruzam. Eu acho que no futuro, seja qual for o formato, acredito que a música vai estar mais disponível para todo mundo curtir.
E mais acessível a quem, por exemplo, não tem condições de assinar uma plataforma de streaming. Vai estar cada vez mais próximo da gente. Eu não sei de que forma. Eu acho que a tecnologia… tomara que ela venha só para somar com relação à música. Eu acho que a música nunca foi tão consumida quanto é hoje em dia no mundo.
O que vamos ouvir no futuro?
Mas ao mesmo tempo, as indústrias acho que vão crescendo. Tanto de vinil, como de K7 que agora está voltando também. Então, a gente teve ano passado recorde de fabricação de vinil e a gente acha que esse ciclo ele vai se renovando automaticamente. E quem sabe a gente não grava uma fita K7 daqui a alguns anos. Ela vai estar acessível em tudo quanto é lugar. Cada vez mais.
Na casa, clicar num vidro, vai sair música. Eu acho que a música ela vai se difundir cada vez mais. Cada vez vão surgindo novos formatos, tá
ligado? Nós somos uma gravadora, querendo ou não, que temos um monte de características parecidas com outras gravadoras antigas e ao mesmo tempo um monte característica que são diferentes.
No futuro eu acho que, sei lá, as pessoas vão ter um acesso muito mais fácil ainda. Acho que num piscar de olhos, sei lá. Tô assistindo muito filme. Seguindo a linha do “Black Mirror”, eu acho que a gente vai ter um HD aqui dentro. Um chip. Primeiro que todo mundo vai lançar uma música por dia.
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Eu acho que vai chegar num ponto do artista lançar 300 ou 200 músicas no ano, sacou? Porque o negócio é assim, sem parar. Isso aí vai rolar. E outra coisa que é… Quando você pensar na música, ela vai vir na sua cabeça. Por que a gente já vai ter um chip. Eu acho que no futuro você vai, sei lá, abrir um celular vai sair um holograma e o povo tá cantando na sala da pessoa, entendeu?
É um troço meio louco, mas… Sei lá, só se for uma coisa por transmissão de pensamento. Que na verdade eu acho que é isso que acontece. Uma canção, ela tem a capacidade de ficar dentro de você por toda a sua existência. E que já existem programas inteligentes a ponto de serem capazes de serem compositores. Não sei se a gente vai conseguir evoluir mais, talvez sim.
Mas o fato é que a composição, a canção, o que você tem dentro de você e como artista pode filtrar a vivência das pessoas. Você faz uma canção e de repente ela está na vida de todo mundo, no coração, na cabeça de todo mundo. Isso é o que eu acho o maior desafio. Não tem como uma máquina atingir a sutileza, as nuances que é da característica humana.
A telepatia, mas a telepatia, a sensibilidade, o sentimento. Eu tava gravando uma música do Cassiano para o meu LP e o Cassiano falou assim. Eu vou dizer isso para vocês também. Para a garotada aqui. “O melhor da música é o que a gente não ouve”. Você não captou não. Então vou dizer assim para vocês todos. O melhor da música tá aqui, oh.
Quando você ouve aqui, quando você ouve aqui, quando você ouve com a alma com sentimento. Então acho que o futuro é esse. Entendeu? O resultado que vai vir de dentro de uma percepção humana vai ser sempre o prioritário. Até para mexer nesse suposto compositor implacável. O cara tem que ter o mínimo de visão para poder essa coisa acontecer.